terça-feira, 10 de junho de 2008

Don Juan deMarco

Sinto uma estranha atração por figuras estranhas. Don Quixote. Don Juan. Esses que são vistos como loucos parecem me atrair. Na realidade eles apenas criam uma realidade que fica mais leve ao seu viver. Talham com suas cabeças caminhos imaginários, com menos pedras e mais amor. Afinal é isso o que move Don Juan, que nunca perdeu uma conquista. É isso que move também a triste figura quixotesca. Não há mistério. É isso que me move também. Amores antigos se confundem com novos e meu coração se agiganta. Torno-me um homem que suporta qualquer dor. Qualquer perda, qualquer desilusão. E assim me movimento no lento tempo dos dias que demoram a passar. E a rotina que parece nunca voltar. Ela nunca mais será a mesma, isso eu sei. Pois aqueles que provam o doce fel da loucura sabem que a vida não se resume a coisas fúteis como a rotina, ou o trabalho. Há algo maior correndo por baixo da minha vida. Projetos grandiosos, idéias fantásticas. Quem sabe eu não me liberte como escritor e poeta, e viva uma vida de ócio criativo. Mas posso ainda ser útil na Academia. Quem sabe eu retome minhas atividades acadêmicas e consiga, finalmente o tão querido título de Mestre. Aí sim eu poderia mudar finalmente de área e tentar obter o título de Doutor em Filosofia ou Psicanálise. Sim, pois depois de tudo que passei, quero entender a cabeça que move cada ser. Suas dúvidas e angústias. O que nos faz ser quem somos no grande teatro mágico da vida.

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