quarta-feira, 7 de maio de 2008

A insustentável chatice da rotina

Estou em casa. Ponto. Não posso sair, ser visto, conversar, conhecer pessoas novas. Isso é a chatice da rotina de quem é considerado louco ou psicótico. Teoricamente não teria nadegas a reclamar, tenho meu pc, um notebook a minha disposição, milhares de livros e minha família me dando atenção. Mas sinto falta da sociabilidade dos bares, de sair e ver o mundo. O quarto cabe o mundo, mas o ser não cabe no quarto. O ser deseja liberdade de verdade. Poder sair, jogar basket, futebol, conquistar novos amigos, novas mulheres. Aventuras de todos os sentidos possíveis e inimagináveis. O poeta-flaneur precisa da rua. É nela que se escondem as verdades mais intrépidas do mundo. É na rua que se acham amigos e companheiros. É na rua que se fazem loucuras por amor. Por falar nisso, meu coração anda muito bem. Já esqueci um antigo amor. Minto. Sempre faço isso. Mas estou me envolvendo com um novo amor muitíssimo interessante. Se vai dar certo só o tempo dirá. Agora pretendo me metamorfosear como fez Kafka. Tornar-se mais eu e menos o Outro. A dedicação exclusiva ao Outro acaba matando o Eu. o Eu agora encontra-se privado de suas necessidades básicas. Em breve ele retornará.

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